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Quando Deve um Empresário Abrir o Capital ao Capital de Risco?

  • Foto do escritor: Caetana Lagos
    Caetana Lagos
  • 29 de out.
  • 3 min de leitura

A decisão de abrir o capital de uma empresa a investidores externos é um dos momentos mais determinantes na vida de qualquer empreendedor. É uma escolha que implica partilhar não apenas lucros futuros, mas também visão, estratégia e, em muitos casos, o próprio controlo do destino da empresa. Saber quando e como o fazer é essencial — e compreender as diferentes formas de financiamento disponíveis é o primeiro passo.


1. As diversas formas de financiamento empresarial

No percurso de crescimento de uma empresa, as opções de financiamento evoluem de acordo com o seu estádio de desenvolvimento e perfil de risco:


  • Capital próprio (equity dos fundadores) – geralmente a primeira fonte de financiamento. Dá total autonomia, mas também limita a capacidade de crescimento quando os recursos pessoais se esgotam.

  • Financiamento bancário – adequado para empresas com receitas estáveis e ativos que possam servir de garantia. É previsível e barato em termos de custo de capital, mas inflexível e exige colaterais.

  • Business Angels – investidores individuais que aportam capital, experiência prática e rede de contactos. São ideais para fases muito iniciais (pré-seed ou seed), mas a sua intervenção tende a ser pontual e pessoal, dependendo da disponibilidade e perfil de cada investidor.

  • Capital de Risco (Venture Capital) – fundos especializados que investem em empresas com elevado potencial de crescimento. Embora tradicionalmente entrem em fases de expansão ou consolidação, hoje é cada vez mais frequente o capital de risco participar também em fases seed, de forma mais regular, estruturada e profissional do que os business angels.

  • Private Equity – surge em fases mais maduras, ajudando a financiar aquisições, internacionalização ou reestruturações.


Cada formato responde a momentos e necessidades distintas. O capital de risco é particularmente relevante quando a empresa já demonstrou tração, mas precisa de acelerar o crescimento — seja através de novos mercados, inovação tecnológica ou reforço de equipa.


2. O valor acrescentado do capital de risco

Mais do que um mero aporte financeiro, o capital de risco traz competência profissional.

Os investidores de venture capital acompanham as empresas de forma ativa, oferecendo:


  • Apoio estratégico e de gestão, ajudando a estruturar equipas, governance e processos;

  • Acesso a redes internacionais, que podem abrir portas a parcerias, clientes e novos investidores;

  • Disciplina financeira, essencial para preparar futuras rondas de investimento ou até uma saída (exit).


Em muitos casos, o capital de risco funciona como um parceiro de crescimento, capaz de catalisar a transição de uma boa empresa para uma grande empresa.


3. Perfis e expectativas dos diferentes financiadores

Cada tipo de investidor tem tolerâncias ao risco, horizontes temporais e expectativas de retorno distintas:


  • Bancos procuram segurança e liquidez; esperam juros regulares e reembolso total.

  • Business Angels aceitam risco elevado, mas desejam um envolvimento próximo e uma valorização significativa em 3 a 7 anos.

  • Fundos de Capital de Risco têm uma lógica de portefólio: antecipam que algumas empresas falhem, mas que outras multipliquem o investimento várias vezes — compensando o risco global.

  • Investidores institucionais ou family offices preferem estabilidade e uma visão de longo prazo.


Saber alinhar a estratégia da empresa com o perfil do investidor é o segredo para uma parceria sustentável.


4. Sinergias entre capital próprio e capital de risco

Muitos empresários hesitam em diluir o seu controlo. No entanto, existem modelos híbridos, em que o capital de risco se associa sem eliminar a liderança do fundador.

Além disso, é possível aceder a fundos cofinanciados, onde o risco é partilhado entre empreendedores e investidores institucionais — multiplicando o impacto do investimento inicial.

Em Portugal, existe ainda a oportunidade de recorrer a fundos em coinvestimento com o capital de risco, em que entidades públicas ou privadas participam conjuntamente, potenciando o desenvolvimento do ecossistema empreendedor.


5. A importância de investir em fundos de capital de risco portugueses

Por fim, é essencial lembrar que os fundos de capital de risco só podem investir se também houver investimento neles.

Sem capital comprometido por investidores — individuais, institucionais ou empresariais — não há capacidade para apoiar startups, nem para ajudar as PME a escalar e profissionalizar-se.

Investir em fundos nacionais é, portanto, uma forma de fortalecer o tecido económico português, criar emprego e reter talento.



Concluindo, abrir o capital ao capital de risco é um passo de maturidade empresarial. Não é apenas sobre dinheiro — é sobre partilhar visão, acelerar crescimento e construir futuro com parceiros que trazem valor real à gestão.

Com experiência e conhecimento, ajudamos empresas a tomar decisões de investimento sólidas e informadas.

Fale connosco, o seu crescimento é o nosso compromisso!


 
 
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